The madman is not the man who has lost his reason. The madman is the
man who has lost everything except his reason. The madman's explanation
of a thing is always complete, and often in a purely rational sense
satisfactory.
-G.K. Chesterton
Machado
de Assis. Tudo o que eu predicar sobre este nome é agora absolutamente
redundante, tendo em vista que Machado é, sem duvida alguma, o escritor
brasileiro mais conhecido e estudado de toda a história de nossa breve
literatura.
Nascido no século XIX -- o século que o Brasil
começou a ser uma nação à parte de Portugal -- Joaquim Maria Machado de
Assis foi o fundador da Academia Brasileira de Letras e um prolífico
contista, novelista, romancista, poeta, ensaísta e tudo o mais.
Escreveu,
sobretudo, em duas escolas literárias: romantismo e realismo. O
Alienista é, de maneira evidente, realista; no entanto, pela brevidade
do livro, há uma polêmica se esta obra seria uma novela ou um romance.
Sem querer tomar parte desta aparente estéril discussão literária, esta
resenha tomará O Alienista como uma novela, pois assim ela é definida
pela maioria dos seus comentadores.
O Alienista é a obra de
Machado mais fácil de se digerir e a recomendação certa para qualquer
novo leitor de sua obra. Curta, direta e um tanto caricata, esta obra
conta a história do Dr. Bacamarte, um homem douto e de ciência
inquestionável que, justamente por isso, abre uma casa para tratar os
doidos -- a "Casa Verde" -- na qual, de início, de fato cuidava-se de
pessoas que não estavam com a sua condição mental plena; no entanto,
depois de um tempo, Dr. Bacamarte muda a sua teoria psicológica. Começa a
colocar todos que tinham os menores desvios de caráter ou manias
estranhas na casa, tratando qualquer um que não fizesse tudo de modo a
ser justificado pela razão como louco.
Dr. Bacamarte é a
caricatura do cientificismo; sobretudo, o cientificismo positivista que,
durante o século que O Alienista fora escrito, era como se fosse um
tipo de religião de estado do brasileiro 'culto e de ciência' como o
próprio Dr. Bacamarte.
Para se combater as superstições, era
necessário que se caísse toda a Filosofia, moral e tradição de um povo.
Era necessário uma transmutação. "Abaixo o mundo todo!" era o que o
revolucionário francês gritava; o positivista, por outro lado,
discordava. O que ele queria é que tudo aquilo que era razoável para a
sociedade -- desde a monarquia até as instituições intermediárias -- se
mantivesse, mas segundo às suas ideias. Era uma transmutação, mas uma
transmutação pouco brusca. Uma transmutação leve e imperceptível.
O problema que todo cientificista ou positivista chega, no entanto, é que as suas ideias são tudo menos imutáveis e exatas.
O
Alienista é um livro sobre como a ordem social ditada por uma suposta
ciência exata não pode subsistir. As pessoas não são perfeitas. É
impossível se fazer uma sociedade de pessoas sem nenhum tipo de defeito
intelectual, moral ou manias estranhas e improdutivas. A barreira que o
Dr. Bacamarte quer ultrapassar é da própria natureza decadente do homem,
cujos efeitos serão sentidos e não podem, de maneira alguma, serem
consertados plenamente.
O Dr. Bacamarte, infelizmente, chega a
esta conclusão tarde demais, e de maneira imperfeita. Depois de prender
quase toda a cidade na Casa Verde, ele tem a realização que a perfeição
mental não pode ser alcançada... ou quase isto. Ele, como bom
positivista que é, decide mudar de ideia... agora, o vício é o normal do
homem.
E no meio de tristes e falhas conclusões científicas a
história do Dr. chega ao fim. Ele conclui que é o próprio louco --
provavelmente a única coisa que intuíra de maneira certa -- e prende a
si na Casa Verde -- pois, ao menos, era um homem que ia até o fim com as
suas ideias, independente das consequências, e era honesto
intelectualmente, o que, infelizmente, não parece ter sido muito bom ao
se defender ideias erradas, mas, certamente, uma virtude admirável.
A mensagem de Machado em tempos de Richard Dawkins não pode ser esquecida: não se define a ética pela ciência empírica!
Quando se fala dos álbuns de Steven Wilson lembra-se logo ou dos trabalhos extremamente psicodélicos que alçaram sucesso na época do fim do Pink Floyd , ao exemplo de The Sky Move Sideaways; ou, por outro lado, lembra-se de sua fase que flertava ora com um pop moderno à Coldplay , cheio de minuncias sonoras e músicas excessivamente bem construídas, ou pelo seu quase oposto dialético, o metal quase que wagneriano de álbuns como In Absentia, que a banda fizera com tamanho perfeccionismo que é capaz de mais lembrar um álbum de pop do que um álbum de heavy metal . Signify se apresenta como um álbum que fica no limbo estético entre todas as fases da banda, ficando num estranho mix entre algo que é psicodélico sem ser surreal; pesado sem as distorções clássicas; sintético com uso recorrente dos instrumentos duma banda de rock comum; e, sobretudo, progressivo que soa mais alternativo do que qualquer outra coisa. Dizendo isto pode soar como uma b...
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